A triste despedida em dois vídeos

O momento jamais imaginado por gerações passadas no Egito

Chega o triste dia de tudo deixar para trás. O momento interno de renovação forçada. O momento externo e verdadeiro de se sentir rejeitado, desrespeitado e de fato expulso. E de repente você sabe que seus bens são inúteis, seus laços com a terra natal questionáveis e que sua essência egípcia foi insultada quando ainda em território egípcio. Seu falar, seu balbuciar e seu pensar permanecem na língua árabe; e sobre isso eu poderia jurar e amaldiçoar em árabe ao ver familiares e progenitores quando reduzidos em desnecessárias humilhações diante de procedimentos mais vulgares do que policialescos.

Guardo pessoalmente estes momentos indeléveis e necessariamente vivos e ardentes de pudores. Naquele dia de abril de 1962, no aeroporto antigo do Cairo e aos meus 12 anos, tive a maturidade de 120 anos vividos em lágrimas que não me escaparam.

Que a memoria dos que se foram seja abençoada e que os agressores sejam perdoados para que seus filhos e netos tenham a vida de paz como promessa de renascimento.

São oito minutos e mais 12 minutos de depoimentos marcantes. Assistam o vídeo e preparem seus corações.

Sami Douek, em 29/10/2020 e atualizado em 12/11/2020
58 anos após o dia relembrado e 64 anos para a maioria dos demais testemunhos.

O vídeo 5 traz o emocionante depoimento do amigo Salomon Wahba. Esta experiência pessoal minha e do (grande) colaborador Edu Cohen, trazem a mais rica e valiosa contribuição para o projeto em curso "A TRAVESSIA".

Sami Douek
em 21/01/2021

Nestes vídeos, Ketty Nahoum, Salomão Wahba e Shila Hara